Deixei-me estar sob o sol quente a escutar os sons do riacho... o coachar das rãs... o canto dos pássaros.. o vento nas folhas...
Sem objectivos. Sem intenção alguma. Sem expectativas. Sem horas marcadas.
Sem avaliar, julgar... despi-me até do próprio "fazer" que é apreciar e deixei-me estar.
Amoleci sentada sobre uma pedra, enquanto um a um, se calavam os barulhos da mente e acontecia em mim o que costumo chamar de meditação.
Deixei que acontecesse, tão natural como chegavam até mim sons, imagens e sensações que se iam calando para assumirem uma realidade outra.
Senti-me dissolver.
Não era possível mais distinguir-me da as coisas que mais imediatamente me rodeava.
Sinto que em mim, a verdadeira cura acontece nos momentos em que tudo o que sei ou sou se cala e me conecto de forma pura com o imediato instante que acontece. Simples. Natural.
Em mim a cura ainda acontece aos soluços e a terapia é apenas um limpar caminho para permitir esses momentos tão simples... tão sem nada... me aconteçam. A terapia é para mim... limpar caminho para que a cura se vá manifestando. Uma manifestação que de todo, não controlo.
Hoje na beira do riacho pensei em todos que andam (como eu já andei e às vezes ainda tenho de andar) presos ao ritmo acelerado dos dias... e cujo batimento cardíaco, a tensão dos músculos, a prisão do corpo... não permite que a magia aconteça.
Apetecia-me abraçar todos os que estão como um dia estive*** e que desconhecem... ou são simples amigos distantes destes momentos que aos soluços vou tendo* e chorei então um pouco.
sinto-me grata.
Dez 2013, pelos campos em torno da Quinta do Rajo numa caminhada matinal, aquando experiência como sevadar.
Dez 2013, pelos campos em torno da Quinta do Rajo numa caminhada matinal, aquando experiência como sevadar.